O JURÍ

- Ontem, dia 12 de julho, aconteceu no nosso colégio o evento que é a razão deste blog : O júri.
De um lado , acusando a contrução de uma usina nuclear na região metropolitada de POA, a turma 232, e de outro a turma 231, defendendo o projeto de implantação.
- O debate durou a manhã inteira, até o último minuto não se tinha certeza de quem ganharia, pois as duas turmas apresentaram argumentos muito sólidos e convincentes. No final da manhã, foi anunciado que Portão ( a cidade escolhida pela turma 231 para a implantação do projeto) NÃO receberia a Usina.
- Resultado justo. Somos a favor da contrução ,sabemos que, daqui a alguns anos , uma usina nulcear será inevitável aqui no estado, pois não temos mais espaço ou condições geográficas para qualquer outra forma de energia, e a demanda crescerá. Mesmo assim , temos que adimir que a turma 232 se saiu melhor .Claro, a tarefa deles era muito mais fácil de ser realizada mas, a maneira como eles expuseram as ideias foi bem mais acessível, e eles souberam explorar muito bem o lado emocional das pessoas, umas vez que se utilizaram de imagens e fatos bastante chocantes sobre acidentes envolvendo radiação,além disso buscaram bastante material mostrando como as pessoas não gostam da ideia de ter uma usina nuclear por perto.
- A turma 231 fez um ótimo trabalho. Agora todos sabemos a diferença básica entre uma usina PWR e uma RBMK, sabemos que os condutores de águas são independentes e que 96% do lixo pode ser reutilizado, sabemos que é uma energia limpa, não tem histórico de acidentes , e é extremamente segura, mas isso não foi o bastante. Tinhamos mais conhecimento, mas não soubemos sair das situações que envolviam menos técnica. Ou seja, foi uma luta de razão contra emoção. Nós da defesa, sabíamos que seria difícil lutar contra o preconceito e o senso comum, como o termo "nuclear" assusta, e seria difícil mudar isso. Nos enchemos de termos técnicos e tínhamos uma resposta para qualquer problema que surgisse: Chernobyl, Bombas, Lixo, Câncer, Meio ambiente, antecedentes... Poderíamos ter sido mais claros talvez, mas o importante é que o conhecimento nunca mais saíra de nossas cabeças , a experiência foi incrível... quem sabe perder não foi até mesmo mais proveitoso?
- Obrigada professoras responsáveis pela experiência, parabéns pelo projeto. Parabéns turma 232.
Quanto ao blog , tentaremos continuar as postagens,levando informação às pessoas, pois acreditamos que é através dela que somos capazes de formar opinião.

ZERO HORA
13 de julho de 2010 N° 16395

LIÇÃO DIFERENTE
Sala de aula se transforma em tribunal

Alunos de escola de Porto Alegre simulam júri para estudar assuntos como ambiente e saúde
Portão, na Região Metropolitana, esteve próximo de ganhar ontem uma usina nuclear. Durante quatro horas, advogados-mirins, entre 16 e 18 anos, engalfinharam-se em prós e contras sobre a construção. Mas o julgamento – que decidiu contra a implementação do projeto – não passou de uma brincadeira pedagógica na Capital.A atividade, que ensinou lições como saúde e ambiente, envolveu estudantes do 3º ano do Ensino Médio do Colégio La Salle São João, na Zona Norte. A ansiedade atrapalhou o sono de uma das participantes, Julia de Camargo Correa. Pelo mesmo motivo, antes mesmo do tilintar do despertador, João Luís Sombrio já estava acordado. Ambos com 16 anos e trajando roupas pretos se posicionaram em seus lugares.Às 8h36min, a plateia começou a fazer silêncio no Salão de Eventos. Por 10 minutos, a defesa projetou imagens em dois telões dispostos nas laterais do palco, detalhando o funcionamento da usina, os seus benefícios e tabelas com os custos do projeto. Na sequência, vieram os argumentos contrários com o mesmo tempo de duração. O principal dizia respeito à saúde e ao ambiente. Nada era capaz de desviar o olhar dos 190 alunos do Ensino Médio.Pouco antes das 10h, hora marcada para o intervalo, foram apresentadas as cinco testemunhas contrárias aos projetos. Duas delas eram alunas que apresentaram histórias familiares. Sob a Bíblia, Luiza Ferreira, 18 anos, fez o juramento e depois falou sobre a doença da mãe, que desenvolveu câncer cerebral após anos de exposição à radiação trabalhando como enfermeira em um hospital infantil.– Foi bem complicado falar sobre isso. Eu estava nervosa, chorei depois que tudo acabou, mas era preciso contar, ajudar os colegas – afirma.O desempenho dos alunos surpreendeu o advogado Eduardo Schumacher, 36 anos, que atuou como juiz do julgamento simulado.– Consegui identificar muitos talentos. Acho que podem se formar ambientalistas, engenheiros. Esse exercício é bem mais produtivo do que fazer um teste vocacional – avalia.

KAMILA ALMEIDA

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